Está aí o Rescaldo
Inicia-se na próxima sexta-feira, dia 20 de Fevereiro,e prolonga-se até 28, com concertos em dois fins-de-semana divididos entre a Culturgest e a ZDB, em Lisboa. O festival Rescaldo tem como propósito ser uma mostra das tendências do momento no âmbito da música exploratória, incluindo actuações que entram nos domínios do jazz e da música improvisada, para além de outros mais marcados pelo rock ou pela electrónica experimental.
A abertura faz-se a 20, precisamente, com esta tónica, reunindo no Pequeno Auditório da Culturgest as actuações do duo Vicente & Marjamaki, autor de um dos grandes discos de 2014, “Alternate Translations”, e a Nova Orquestra Futurista do Porto (foto acima), que inclui alguns músicos da cena da improvisação a Norte, como Angelica Salvi, Henrique Fernandes, Gustavo Costa, João Ricardo, Filipe Silva e Alberto Lopes. Se o primeiro caso consiste numa combinação de trompete (Luís Vicente) e computador (Jari Marjamaki), o segundo tem como “instrumentos”, por exemplo, uma consola de jogos Atari, motores de aquário, sensores e cones de papel.
No sábado 21 apresenta-se, também na Culturgest, o projecto Coclea de Guilherme Gonçalves, que tem a particularidade de incluir o trompetista Yaw Tembe. Espera-se algo de coincidente com a kosmische musik de Manuel Gottsching e Edgar Froese. A dupla sessão conta, a seguir, com a cantora Lula Pena. A 26, na ZDB e como segundo concerto, toca a nova formação dos Caveira de Pedro Gomes, com o guitarrista Manuel Mota e o baterista Gabriel Ferrandini, figuras de topo da cena improv. A abordagem estará entre o free rock e o noise. A noite começa com o rock psicadélico dos Gesso.
A 27 de Fevereiro o festival regressa à Culturgest com os Con Con e a violoncelista Joana Guerra, outro nome do circuito da música improvisada de Lisboa. O concerto antecede a prestação de outro grupo do rock alternativo em que se encontram referências jazzísticas, La La La Resonance. A última noite (28) faz-se com uma tripla no mesmo local, com a electroacústica dos Quest (Joana Gama e Luís Fernandes), o “sampling” de Rui Nogueiro sob o nome Sumbu Dunja e o Estilhaços de Adolfo Luxúria Canibal. O líder dos roqueiros Mão Mota fará uma «leitura musicada de textos e poemas» e nela voltaremos a encontrar Henrique Fernandes, desta vez em contrabaixo.