Jazz em Agosto 2015: realce para as orquestras
A 32ª edição do festival Jazz em Agosto decorrerá este ano a partir do último dia de Julho, 31, até 9 de Agosto, com concertos no Anfiteatro ao Ar Livre da Fundação Calouste Gulbenkian nesse intervalo de tempo. Desta vez, é dada ênfase ao formato “big band”: são três as que surgem no programa, e duas delas (Fire! Orchestra e Michael Mantler Jazz Composer’s Update com a Orquestra Jazz de Matosinhos) logo no primeiro fim-de-semana, com a terceira (Orchestre National de Jazz) a fechar.
A Fire! Orchestra de Mats Gustafsson (foto acima) traz consigo alguns dos melhores músicos do jazz e da música criativa escandinavos, como Lotte Anker, Jonas Kullhammar, Mats Aleklint, Per-Ake Holmlander, Hild Sofie Tafjord, do colectivo feminino Spunk, e os irmãos Johan e Andreas Berthling, do grupo de avant-pop Tape. São 19 os intervenientes, incluindo duas vocalistas.
No dia 1 de Agosto, a Orquestra Jazz de Matosinhos dá corpo à actual revisão das partituras que Michael Mantler compôs para a histórica Jazz Composers Orchestra, com alguns solistas de renome a adicionarem-se à formação nacional: o próprio Mantler , Wolfgang Puschnig, Harry Sokal, David Helbock e Bjarne Roupé. Para a ocasião, a OJM será reforçada com mais dois contrabaixos para além do de Demian Cabaud, e com duas trompas e a tuba de Sérgio Carolino.
A 2, Gustafsson volta a subir ao palco, mas agora com o projecto Swedish Azz, irreverente homenagem ao jazz sueco dos anos 1950 e 60. O quinteto inclui uma figura de topo da electrónica experimental, Dieb 13, e o vibrafone de Kjell Nordeson.
Depois de dois dias de intervalo, o Jazz em Agosto continua, a 5, com uma retoma da colaboração de John Butcher com o português Red Trio. Será um acrescento ao que se ouviu dos quatro no álbum “Empire”. Dia 6, vez para Lok 03, trio do lendário Alexander von Schlippenbach com Aki Takase (quem não se lembra do duo desta com Maria João?) e DJ illvibe.
A 7 de Agosto toca o novo combo texano de Ingebrigt Haker Flaten, The Young Mothers, num cruzamento do jazz com o hip-hop e outras músicas. Incluídos estão Stefan González, do Humanization 4tet de Luís Lopes, Jason Jackson e Frank Rosaly. A noite seguinte será muito especial: ouviremos as Great Lakes Suites de Wadada Leo Smith com um convidado tão especial quanto o trompetista e compositor, Henry Threadgill. A secção rítmica é constituída por John Lindberg e Marcus Gilmore.
O final faz-se com a francesa Orchestre National de Jazz sob a direcção de Olivier Benoît. Nesta embaixada do jazz do Hexágono destacam-se Alexandra Grimal, Théo Ceccaldi (o violinista do grupo luso-gaulês Deux Maisons), Sophie Agnel e Eric Echampard. Resta-nos esperar que os próximos meses passem depressa, para podermos usufruir de tão atraente cardápio.