Gémeos diferentes no Desterro
A liberdade também é isto. O concerto no Desterro (Intendente, Lisboa) da noite de 25 de Abril, data de forte simbolismo, é apresentado por três músicos de orientações bem distintas. Dois deles têm trabalhado juntos. Luís Vicente (trompete) desenvolve habitualmente a sua actividade na área da livre-improvisação e Jari Marjamaki (computador, teclados, dispositivos vários) vem das músicas electrónicas de dança. Sob a fórmula Vicente-Marjamaki, definiram um projecto que é muito mais do que a soma das suas partes. Aliás, é outra coisa.
E outra coisa resultará igualmente do convite que endereçaram a André Fernandes, guitarrista do jazz “mainstream” que por vezes estabelece pontes com o rock, para tocar com eles. Difícil é prever o que este trio de “gémeos diferentes” (gémeos porque todos eles acreditam no poder de uma sessão de “jamming”) fará, mas é de prever que seja muito especial…
Uma música livre não é necessariamente aquela que esteja fora das molduras, quantas vezes originando uma nova tão condicionante como as demais. Pode ser a música que esteja na inesperada bissectriz entre várias molduras. A não perder, portanto.