Sakata, Matana, AMM e Brotzmann vêm ao Out.Fest
Mais uma vez, em 2015, o Out.Fest dá uma especial atenção ao jazz e à música improvisada. Na edição deste ano do festival do Barreiro, que se realizará de 8 a 11 de Outubro, as propostas são imperdíveis.
Logo o dia 8 faz o pleno, com três concertos a realizar no BE Jazz Café a partir, como em todas as restantes sessões, das 21h30. Abre a dupla Akira Sakata / Giovanni di Domenico, um japonês e um italiano (o primeiro um histórico do jazz criativo no país do Sol Nascente e o segundo cada vez mais uma figura incontornável da nova geração) que têm disco editado em Portugal (“Iruman”, pela Mbari). Segue-se a nova-iorquina Matana Roberts a solo, com o seu saxofone alto e o seu clarinete, mesmo neste formato sendo capaz de «forjar novas abordagens conceptuais que considerem a narrativa, a história e a expressão política dentro de estruturas improvisacionais», como ela própria promete. A noite conclui com os portugueses Pedro Sousa, Miguel Mira e Afonso Simões, os tais que até de uma balada fazem música livre.
A 9 já o programa se afasta do âmbito do jazz, mas também este serão, a acontecer no Museu Industrial da Baía do Tejo, incidirá sobre práticas de improvisação. Primeiro, as de Vladislav Delay, que por sinal até tem um projecto jazzístico, o Vladislav Delay Quartet – será a prestação electrónica da noite. Depois, apresentam-se os lendários AMM (foto acima), grandes responsáveis pela descolagem da música improvisada britânica (e europeia) em relação à matriz jazz. Agora reduzidos a um duo formado por Eddie Prévost e John Tilbury, tocam uma música exploratória de grande beleza. Finalmente, actua uma formação “improvável” que fez furor quando pela primeira vez se apresentou ao público este ano, constituída por David Maranha, Helena Espvall, Ricardo Jacinto e Norberto Lobo.
Uma autêntica maratona de concertos é o que o Out.Fest propõe para 10 de Outubro, na Associação Desenvolvimento Artes e Ofícios. A maior parte dos nomes agendados está fora do universo coberto pela jazz.pt, num espectro que vai do rock alternativo ao noise electrónico (a saber: Russell Haswell, Golden Teacher, Gala Drop, Niagara, Black Zone Myth Chant, Alforjs, Bleiddwn, Cotrim, Low Jack e Rabu Mazda & Van Ayres), mas pelo meio surgem a parceria de outro ilustre histórico, Peter Brotzmann, com o vibrafonista (!!) Jason Adasiewicz, os Caveira de Pedro Gomes, que agora incluem o saxofonista Pedro Sousa e o baterista Gabriel Ferrandini, e ainda nomes que não andam longe como Filipe Felizardo e o grupo experimental americano Zs.
A conclusão do festival faz-se em registo “new age”, às 18h00, na Escola Conde de Ferreira. É Laraaji o protagonista, dedicado a uma ambient music vizinha da apresentada por Brian Eno. O evento integra ainda algumas iniciativas complementares, como um “workshop” de Russell Hawell e André Gonçalves (9 de Outubro, 15h00, Oficinas ADDAC System), e uma oficina de yoga e “deep listening” conduzida por Laraaji (11 de Outubro, 11h00, Yoga Spot Barreiro).