Música e imagem em Serralves
Músicos com actividade na área da improvisação como Werner Dafeldecker (contrabaixista e guitarrista austríaco que integra os grupos Polwechsel, MIR-8, Interferogram und Klang e SplitterOrchester – foto acima), Joachim Nordwall (colaborador de Mats Gustafsson) e Billy Roisz (que trabalhou, entre outros, com Martin Brandlmayr e eRikm) participam num ciclo de três dias a apresentar de 20 a 22 de Novembro na Fundação de Serralves, Porto. Com a designação Color Sound Frames, a iniciativa combina imagem e música em projectos “intermedia” que utilizam processos improvisacionais, em tempo real, nos dois planos.
O evento abre, a 20, com “Colour Projections” de Theo Burt, projecto de causa-efeito em que a projecção de figuras geométricas na tela se traduz de imediato em som. Burt tem igualmente actividade na criação áudio, como se ouve no álbum “Gloss”, lançado este ano pela editora Presto!?. Segue-se, na mesma sessão, a parceria de Pedro Maia e do seu cinema analógico, recuperando a película em celulóide, com a dupla sueca Shxcxchcxsh, conhecida pela sua abordagem techno-noise com elementos de “glitch” e “drones”.
No dia 21, Nordwall apresentará “Cipher Screen” com Greg Pope, o histórico fundador do colectivo britânico Loophole Cinema, dedicado ao cinema experimental. De seguida, é Dafeldecker que se junta a Guillaume Cailleau para a performance “Resonator I”, um festival de vibrações sonoras e visuais. De referir que a banda sonora que o músico de Viena compôs para um filme de Cailleau, “Laborat”, recebeu no ano passado o Urso de Prata, prémio do júri do Festival Internacional de Cinema de Berlim. A noite fecha com a dupla Le Révélateur, do Canadá, estando a cargo de Roger Tellier-Craig a música (electrónica) de carácter futurista.
O ciclo termina a 22 com o histórico (de 1974) filme de Paul Sharits que lhe dá nome, “Color Sound Frames”, seguindo-se o regresso ao palco de Guillaume Cailleau e Werner Dafeldecker, desta vez para se ver e ouvir “Resonator II”, e a estreia portuguesa de Roisz, que irá fazer o contrário de Theo Burt: transformar música em imagens.