, 6 de Abril de 2018

Cecil Taylor R.I.P.

Morreu ontem, 5 de Abril de 2018, aos 89 anos de idade, um dos gigantes da história do jazz, músico que para sempre constará nos anais como uma voz única e inovadora deste género musical, a par de Duke Ellington, Charlie Parker, Thelonious Monk, John Coltrane, Eric Dolphy e Ornette Coleman. Com uma abordagem ao piano que pegava em aspectos vindos do ragtime e do stride, bebendo na música de Art Tatum, e os juntava ao tipo de fraseamento quebrado de Monk e do be bop, também incorporando influências de compositores contemporâneos como Bela Bartok e Karlheinz Stockhausen, Taylor era conhecido pela forma muito física e intensa com que tocava, com cascatas de acordes e polirritmias intrincadas, mas sempre arrebatadoras para os ouvidos.

Um dos pioneiros do free jazz, teve uma longa carreira, iniciada nos anos 1950 ainda com os parâmetros do pós-bop. As suas Units, com músicos como Jimmy Lyons e Sunny Murray (depois Andrew Cyrille), marcaram os rumos futuros da improvisação, bem como os duos que gravou com bateristas, por exemplo Tony Oxley, Louis Moholo, Paul Lovens, Han Bennink, e outros com instrumentistas do relevo de Evan Parker, Derek Bailey, Tristan Honsinger e Mat Maneri. Numa expressão musical em que imperam o machismo, a misoginia e o chauvinismo estava em contra-corrente, ainda que à pergunta de um jornalista sobre se era gay (nunca o escondeu, mas também nunca o afirmou objectivamente) respondesse com esta frase: «Acha que uma palavra com três letras define a complexidade da minha humanidade? Evito a armadilha das definições fáceis.»

Tivemos a oportunidade de ouvir e ver Cecil Taylor no nosso país em cinco ocasiões: primeiro em 1988, na Gulbenkian, depois em 1999, no Jazz no Parque (Porto), em 2004 no Guimarães Jazz (com Bill Dixon e Tony Oxley) e no Centro Cultural de Belém (com Oxley), e a última em 2011, para um concerto a solo no festival Jazz em Agosto em que também leu a sua poesia e dançou. Em Portugal, deixou influências no pianista Rodrigo Pinheiro.

Agenda

10 Junho

Imersão / Improvisação

Parque Central da Maia - Maia

10 Junho

O Vazio e o Octaedro

Parque Central da Maia - Maia

10 Junho

Marta Hugon & Luís Figueiredo / Joana Amendoeira “Fado & Jazz”

Fama d'Alfama - Lisboa

10 Junho

Maria do Mar, Hernâni Faustino e João Morales “Três Vontades de Viver”

Feira do Livro de Lisboa - Lisboa

10 Junho

George Esteves e Kirill Bubyakin

Cascais Jazz Club - Cascais

10 Junho

Nuno Campos 4tet

Parque Central da Maia - Maia

10 Junho

Tim Kliphuis Quartet

Salão Brazil - Coimbra

10 Junho

Big Band do Município da Nazaré e Cristina Maria “Há Fado no Jazz”

Cine-teatro da Nazaré - Nazaré

10 Junho

Jorge Helder Quarteto

Fábrica Braço de Prata - Lisboa

11 Junho

Débora King “Forget about Mars” / Mayan

Jardins da Quinta Real de Caxias - Oeiras

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