Cat-A-Strophe: “Cat-A-Strophe” (Ed. de Autor)
Se Django voltasse a visitar Paris no século XXI, certamente ficaria surpreendido com o impacto que a sua música tem sobre as nossas gerações mais jovens. O álbum “Cat-A-Strophe” é um grande exemplo disso. Este quarteto de gypsy jazz toca composições originais de forma muito diversa da habitual. Conduzido pelo compositor Brad Brose na guitarra, o grupo apresenta melodias cativantes, modernas e “cantabiles”. O som de violino do suíço Baiju Bhatt entrelaça-se com o contraponto melódico do guitarrista da Califórnia e a combinação perdura na memória auditiva de cada um. Misturados, o fraseado enérgico do primeiro e a abordagem mais relaxada e suave do segundo geram um delicioso contraste. É como se se tratasse uma bolacha Oreo.
O disco respira naturalmente, convidando o ouvinte a pensar sobre cada nota, cada frase e cada segmento das canções. Longos e furiosos solos são substituídos por ideias bem pensadas e pela exploração de algo novo, diferente ou excitante. Contraste, dinâmica, “groove”, precisão rítmica e atenção ao detalhe são essenciais aqui. "Pouce!" sugere dias ensolarados, enquanto "Paris Blues" nos transporta para as movimentadas mas charmosas ruas francesas. Os quatro mastros deste "Galleon" musical estão prontos para agir contra os infames piratas do jazz dos nossos dias. Tal e qual como o surpreendente "Giboulées de Mars", que é forte e transitório. Os novos sons do jazz cigano estão aqui para nos deixar... "À Bout de Souffle".