Nuno Morão: “Som Alvo” (Osso)

Nuno Morão: “Som Alvo” (Osso)

osso

Gonçalo Falcão

Desde 2012 a OSSO Associação Cultural, tem apoiado e produzido um conjunto de projectos de criação artística “acentuadamente experimental”. É um colectivo que inclui artistas e investigadores de diferentes áreas. Começou na Fundição de Oeiras em 2012 e em 2018 mudou-se para a aldeia de São Gregório nas Caldas da Rainha. Nuno Morão faz parte da direção técnica da Osso e lança agora um disco com solos de percussão, apoiando uma nova faceta da associação, a editora. É sonoplasta, baterista e percussionista.

A primeira música feita pelo homem foi certamente improvisada e os primeiros instrumentos usados – para além da voz – foram de percussão, Por isso, a audição de um disco de percussão leva-nos para uma ideia primordial, para o início de tudo. As percussões são o início da ideia da existência de um instrumento musical.

Aqui são tratados em sete músicas, sete solos, cada um com um instrumento de percussão específico, todos da família dos tambores: djembe, tom, bongós, conga, darbouka, floor tom e adufe, todos muito bem gravados.

Cada solo é uma sequência rítmica regular. A audição não nos traz surpresas sonoras nem rítmicas. O objetivo de Morão parece ser ambiental, o de criar uma estrutura rítmica relativamente previsível e de a fazer evoluir, construindo pequenas variações dentro da lógica estruturante.

Não é fácil encontrar gravações de solos de percussão e por isso "Som Alvo" foi recebido com expectativa. Ouvido, não nos traz um virtuosismo particular (David Van Tieghen) nem uma exploração original ou profunda das percussões ou do processo sonoro (Stockhausen). Estamos mais no território dos Niagara (1971).

Apesar do uso de diferentes membranofones as ideias são semelhantes e os processos são semelhantes e relativamente elementares. Não encontramos ideias musicais “acentuadamente experimentais” No final temos um disco muito agradável de ouvir mas que não traz nem novidade, nem originalidade. Delicado e simples, “Sem Alvo” é um disco ambiental, planante, para momentos introspetivos.
 

  • Som Alvo

    Som Alvo (osso)

    Nuno Morão

    Nuno Morão (percussão)

Agenda

25 Março

Duke Ellington’s Songbook

Sunset Jazz - Café 02 - Vila Nova de Santo André

25 Março

Mário Laginha com Orquestra Clássica da Madeira

Assembleia Legislativa da Madeira - Funchal

25 Março

The Rite of Trio

Porta-Jazz - Porto

25 Março

Sofia Borges (solo) “Trips and Findings”

O'culto da Ajuda - Lisboa

25 Março

George Esteves e Kirill Bubyakin

Cascais Jazz Club - Cascais

25 Março

Katerina L’Dokova

Auditório ESPAM - Vila Nova de Santo André

25 Março

Kurt Rosenwinkel Quartet

Auditório de Espinho - Espinho

26 Março

Giotto Roussies Blumenstrauß-Quartett

Cantaloupe Café - Olhão

26 Março

João Madeira, Carlos “Zíngaro” e Sofia Borges

BOTA - Lisboa

26 Março

Carlos Veiga, Maria Viana e Artur Freitas

Cascais Jazz Club - Cascais

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