Almeida / Gibson / Melo Alves / Trilla / Vicente: “Dog Star” (Multikulti Project)
/ Multikulti Project
Um quinteto de improvisadores explora uma música puramente livre, sem rede e sem medos. Turbulência sem limites.
/ Multikulti Project
Um quinteto de improvisadores explora uma música puramente livre, sem rede e sem medos. Turbulência sem limites.
/ ECM
Este novo disco de Avishai Cohen na ECM faz-nos regressar um pouco ao período de ouro da descoberta da casa de Manfred Eicher. Era o som, o espaço, o silêncio. Um jazz que também tinha silêncios e que apresentava as ideias com nitidez, sem a urgência e o grito.
/ ECM
Uma curiosidade inicial: a edição original deste disco acaba com o tema “Willow Weep for Me". Uma canção que pertence ao American Songbook e que é uma das minhas favoritas (com o “Caravan” do Duke Ellington e o “Ida Lupino” da Carla Bley). A música tem algumas particularidades que a tornaram difícil de ser aceite no seu tempo e que lhe dão a singularidade. Primeiro foi escrita por uma mulher – Ann Ronell – em 1932 (foi aceite por Irving Berlin depois de recusas anteriores de outros editores da Tin Pan Alley). Segundo porque não é uma canção fácil (lógica) ritmicamente (uma mudança no quinto compasso e uma adaptação no sexto altamente invulgar). Matemática à parte, o resultado é uma coisa lindíssima. A edição original deste disco de Mal Waldrom, trazia este tema no meio do lado B e com uma versão absolutamente magistral. Só que... a ECM resolveu incluir nesta reedição um segundo LP com alguns takes das sessões de gravação de “Free At Last”. E incluiu a “long version” de “Willow Weep for Me" que é uma coisa de ir às lágrimas. Só este tema vale pela decisão de comprar o disco.
/ Ubuntu Music
Primeiro produto de um consórcio criativo assinado por dois guitarristas e manipuladores de parafernália associada, Pedro Velasco e Harry Christelis, “Scribbling" convoca um alargado leque de referências que vão do jazz a paisagens devedoras de certo rock progressivo, melodias folk, ambiências eletrónicas e texturas mais exploratórias. A jazz.pt já o escutou.
/ Mad About Records
Mais uma peça encontrada debaixo do tapete do enorme puzzle do jazz sul-africano, através de uma reedição cuidadosa. Tete Mbambisa. Em LP, sem códigos de barras, como deve ser.
Tete Mbambisa é pianista e contribuiu para a instalação de um estilo inovador no instrumento e, fazendo-o, para achar a fórmula que permitiu preservar a tradição rítmica e melódica urbana da África do Sul, em particular o Marabi (um estilo que mistura o jazz e blues importados da América com os sons e ritmos locais, desenvolvido no final da década de 1920 com processo de urbanização e com as “townships”. O Marabi nasce nos "Shebeen", bares dos sowetos, para favorecer a bebida, a descontração, a dança e socialização).
/ Silent Water
Este novo grupo nacional reúne o imparável trompetista João Almeida com o guitarrista Norberto Lobo e o baterista João Lopes Pereira. O trio desenvolve uma improvisação livre que se livra de estratégias convencionais.
/ Cena Jovem Jazz.pt
Confesso que não estava à espera quando, no Salão Brazil, ouvi os Cíntia. Um jazz tresmalhado de rock psicadélico (diria até mais “psicodélico” porque parece da América do Sul, mas não do Brasil). O concerto foi muito bom e na altura disseram que ainda não tinham disco editado, mas que estava quase. Confirma-se. Chegou agora.
/ Orquestra de Jazz do Algarve
Há muito que o trompetista, compositor, arranjador, professor e dinamizador Hugo Alves é uma das principais forças motrizes do jazz que se faz e ouve no Algarve. À frente da Orquestra de Jazz do Algarve lançou nos últimos tempos dois discos onde à big band se juntam vozes femininas, celebrando clássicos do jazz com novos arranjos e apresentando música original, alguma dela inspirada nas palavras de Sophia de Mello Breyner Andresen. A jazz.pt já os escutou.
/ Blue Note
Volvidos dois anos do lançamento de “Omega”, o jovem saxofonista norte-americano Immanuel Wilkins regressa aos discos com “The 7th Hand”, um trabalho de fino calibre que nada fica a dever ao seu aclamado antecessor, superando-o, aliás, no domínio das ideias e sentido. Antes de mais, compreende-se …
/ Carimbo Porta-Jazz
Bem sabemos que o país jazzístico não é particularmente frutígero em vozes masculinas. No topo das exceções que confirmam a regra está Manuel Linhares, cantor e compositor nascido na cidade da Horta, Açores, mas desde muito novo a viver no Porto, e que agora apresenta o seu bem-vindo terceiro disco, “Suspenso”, no Carimbo Porta-Jazz. A jazz.pt já o escutou.
/ Rune Grammofon
A incansável Hedvig está a editar com um ritmo impressionante e sempre com imensa qualidade. A sua fórmula musical única cruza Led Zeppelin com Alice Coltrane, o rock mais pontiagudo com a repetição mântrica e espiritual.
/ Carimbo Porta-Jazz
O Carimbo Porta-Jazz teve em 2021 mais um ano riquíssimo em edições, com destaque para os discos de Susana Santos Silva, Coreto, Miguel Ângelo e Vessel Trio. Fechando o pacote de discos de ’21, editado já a meio de dezembro, chega-nos este “COPAL”, gravado por um trio liderado pelo guitarrista Eurico Costa.
/ CARA / OJM
Verdadeira instituição do jazz nacional, a Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) está a completar 25 anos de um percurso rico e diversificado. E fá-lo, nomeadamente, através da edição de “After Midnight”, onde à "big band" se juntam a cantora e compositora Rebecca Martin e o contrabaixista e compositor Larry Grenadier, seu marido e habitual parceiro artístico. A jazz.pt já o escutou.
/ Clean Feed
É impossível não nos curvarmos à passagem de Marco Barroso. A sua coragem e determinação em manter uma big band - os Lisbon Underground Music Ensemble – em andamento já é, por si só, notável. Acrescente-se que as pautas que ele lhes dá exigem que a orquestra toque com uma …
/ Columbia / Interscope
Tal como a grande cisma na pop se dá entre Beatles e Rolling Stones, nos crooners a separação acontece entre Sinatra e Bennett. Eu sempre fui dos que alinha na equipa Bennettiana (e que considera Cole Porter o “Greatest of All Time”).
A Lady Gaga não é mais uma Madonna …
Gosto dos discos que começam na capa e este “Pipe Tree” é um dos casos em que se pode julgar um disco pela dita: uma montagem alucinada do músico sobre um chão disco sound, com uma girafa fora de proporção, uma savana ao fundo, berlinde metalizado com brilhos de adolescente …
/ Nischo
A voz corrente costuma dizer que em equipa que ganha não se mexe. Mas até o mundo tem um fim, pelo menos tal como o conhecemos. Depois de ter dado à luz álbuns de boa estirpe como “Saturday” (2015) e “Sunday” (2016) – ambos editados …
E eis mais um resultado da crise pandémica em curso. João Madeira, Helena Espvall, AnnaMaria Ignarro e Noel Taylor (dois cordofones, contrabaixo e violoncelo, e dois clarinetes, soprano e baixo) pegaram na metodologia surrealista que ficou conhecida como “cadavre exquis” (e daí o nome do quarteto) …
/ Cuneiform
O nome de Nick Millevoi soará familiar sobretudo aos melómanos mais atentos ao catálogo da Shhpuma – selo subsidiário da Clean Feed –, por conta do excelente álbum “Desertion”, de 2016. O trabalho do guitarrista e compositor de Filadélfia, um verdadeiro desconstrutor de géneros (na …
O título deste primeiro álbum do trio de Luís Guerreiro, Jorge Nuno e João Valinho remete-nos para a numerologia, uma variante do esoterismo que procura estudar a relação oculta existente entre a matemática, os seres vivos e as forças físicas. Tem um âmbito divinatório que procura …