16.º JiGG - Jazz im Goethe-Garten, 24 de Junho de 2022

16.º JiGG - Jazz im Goethe-Garten

Intensa propulsão

texto: Nuno Catarino / fotografia: Nuno Martins

O JiGG - Jazz im Goethe-Garten está de regresso, depois de um interregno de dois anos causado pela pandemia. Esta 16.ª edição do JiGG apresenta cinco concertos, entre os dias 6 e 15 de julho: Garuda Trio (dia 6), Schnellertollermeier (7), Woody Black (13), Francesco Bearzatti Weird Box (14) e Carlos Bica, DJ Illvibe, Daniel Erdmann (15). No concerto inaugural irá atuar uma nova formação, que junta Hugo Costa (saxofone), Hernâni Faustino e João Valinho (bateria). Estivemos à conversa com o saxofonista, que nos fala sobre a banda e antecipa a atuação no belíssimo jardim do instituto alemão.

Hugo Costa vive em Roterdão e, entre outros projetos, integra o grupo Albatre, com Gonçalo Almeida e Philipp Ernsting, que já atuou no JIGG. O saxofonista começa por falar da fundação deste trio: «A ideia partiu de mim, eu resido nos Países Baixos, onde tenho vários projetos, mas até agora não tinha nenhum em Portugal. Normalmente quando toco em Portugal são colaborações ad hoc e, portanto, a ideia basicamente era montar um grupo fixo em Portugal.» 

Costa fala-nos sobre aquilo que caracteriza e diferencia a sua música: «Caraterizaria esta música de free jazz / livre improvisação, sem premissas estabelecidas e aberta para explorar múltiplas abordagens. O que diferencia a música é a individualidade de cada músico que depois no seu todo dá um resultado único.» Costa escolheu precisamente dois músicos muito ativos no circuito da música improvisada lisboeta: Hernâni Faustino e João Valinho: «São músicos que eu admiro, o Hernâni é uma referência na música improvisada em Portugal, um músico muito criativo, versátil com uma visão muito forte da música. O João Valinho faz parte da nova geração, tem um talento enorme. Consegue ser intenso sem ser obstrusivo, com o ritmo bastante impulsionado e, muito importante, ouve a música com muita atenção.»

O trio Costa/Faustino/Valinho editou em fevereiro o disco “Garuda”. O disco tem sido bem recebido, como confirma a crítica de António Branco publicada aqui na jazz.pt: «Tudo foi completamente improvisado, concebido em tempo real, numa lógica de comunicação e espontaneidade. É uma música dinâmica e com intensa propulsão, mas que também não descura uma componente mais melódica e contemplativa, que evolui em várias direções. Não há aqui hierarquias ou subordinações de qualquer teor, antes uma equidade nos papéis, todos essenciais para o cômputo sonoro. Da música emana uma certa espiritualidade, uma aura meditativa, profunda, mas felizmente a milhas de qualquer laivo zen. (...) “Garuda” é uma proposta deveras recompensadora – intensa e urgente – que se deixa descortinar em audições sucessivas.» 

Após esta primeira edição, o grupo está já a planear uma nova gravação. O saxofonista conta-nos aquilo que poderemos esperar da atuação do trio no JIGG: «Podem esperar um concerto de música improvisada no momento, com energia intensa com cores e dinâmicas diferentes. Espero que possamos surpreender o público!» Muito em breve estaremos lá no jardim do Goethe Institut para confirmar.

Agenda

01 Junho

André Santos e Alexandre Frazão

Café Dias - Lisboa

01 Junho

Beatriz Nunes, André Silva e André Rosinha

Brown’s Avenue Hotel - Lisboa

01 Junho

Ernesto Rodrigues, José Lencastre, Jonathan Aardestrup e João Sousa

Cossoul - Lisboa

01 Junho

Tracapangã

Miradouro de Baixo - Carpintarias de São Lázaro - Lisboa

01 Junho

Jam session

Sala 6 - Barreiro

01 Junho

Jam Session com Manuel Oliveira, Alexandre Frazão, Rodrigo Correia e Luís Cunha

Fábrica Braço de Prata - Lisboa

01 Junho

Mano a Mano

Távola Bar - Lisboa

02 Junho

Rafael Alves Quartet

Nisa’s Lounge - Algés

02 Junho

João Mortágua Axes

Teatro Municipal da Covilhã - Covilhã

02 Junho

Júlio Resende

Fábrica Braço de Prata - Lisboa

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