Perto da acção
Fotógrafo de Leiria, tio de músico de jazz, Gil Quintino esteve nas matinés da Festa do Jazz. Estas são algumas das imagens que captou, o mais próximo que pôde dos músicos…
Fotógrafo de Leiria, tio de músico de jazz, Gil Quintino esteve nas matinés da Festa do Jazz. Estas são algumas das imagens que captou, o mais próximo que pôde dos músicos…
A grande festa do jazz português (e não só) teve na sua 13ª edição concertos mais ou menos bem-sucedidos, mas todos estiveram muito acima do vermelho. Uma razão mais para se celebrar o que aconteceu no Chiado, em Lisboa: a música que por cá se faz está de óptima saúde (em cima: Ensemble Super Moderne).
O trio de Joana Guerra, Ricardo Ribeiro e Carlos Godinho foi ao Carpe Diem mostrar a sua música com diferentes ambientes e cores. A tradição camerística enovelou-se com o desejo da descoberta…
Grande noite de música na ZDB, com trompete a solo e um duo de órgão ou violino e violoncelo em diferentes abordagens do “drone”. Wooley a interpretar uma peça reducionista de Éliane Radigue, Maranha e Espvall a entrarem num psicadelismo noise fortemente amplificado e processado.
O primeiro fim-de-semana do festival de Portalegre fez-se com os brilhantes Cheating Heart de Michael Formanek (foto acima), o surpreendente Ricardo Toscano Quarteto e o mais terreno Chris Speed Trio. Só não se percebeu porque não estava a sala do CAE esgotada…
O saxofonista foi ao Hot Clube recordar Bernardo Sassetti e apresentar o seu disco “Absence”. Foi bom, foi até mais quente do que o CD porque se tratava de uma actuação ao vivo, mas desejava-se a energia «de quem toca pela primeira vez».
O grupo norueguês voltou a Portugal para um concerto no Teatro Maria Matos, em Lisboa. Agora em formato de trio, evoluindo de um jazz atmosférico para um implacável noise. Começou a Primavera.
O jazz voltou à Amadora com quatro concertos que fizeram levantar a assistência das cadeiras – os de Slow is Possible, Chibanga Groove com Brahima Galissa, Gera Jazz e Júlio Resende (foto acima). Um sucesso ao nível da qualidade da música ouvida e do número de assistentes. Afinal, o jazz tem público em Portugal e este levanta-se quando gosta.
A décima edição do Nervo contou com um trio constituído por Hugo Antunes no contrabaixo, Carlos “Zíngaro” no violino e Miguel Mira no violoncelo. Ficou evidente que esta prática musical – chamem-lhe improvisação de câmara – está longe de ter estagnado.
Sei Miguel apresentou ao vivo no passado dia 27 o seu novo quarteto, inserido no ciclo de concertos 60/3. Aconteceu no Carpe Diem, com um regresso ao bebop.
Numa paragem do caminho que os haveria de levar ao festival Rescaldo no dia seguinte, a Nova Orquestra Futurista do Porto (NOFP) passou pelo Salão Brazil, em Coimbra, no passado dia 19 de Fevereiro. Passou é maneira de dizer: tomou de assalto o espaço do Jazz ao Centro Clube, numa parceria com a Prisma.
As “plásticas sonoras” do brasileiro juntaram-se aos clarinetes e ao violino dos músicos portugueses num concerto na Ler Devagar que aproximou a improvisação da música contemporânea e terminou com um surpreendente Scarassatti pianista.
Na sua edição de 2015, o festival programado por André Gonçalves e Nuno Moita voltou à Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, e trouxe consigo mais de uma mão-cheia de propostas de alguma da melhor música feita em Portugal, divididas em duas noites.
A apresentação do álbum “Fornalha” passou por Coimbra e pelo Salão Brazil. Se lá fora chovia e fazia frio, naquele espaço houve calor humano e caíram as máscaras…
Sim, o que a saxofonista francesa e o pianista italiano tocaram em duo na Culturgest, no passado dia 16 de Janeiro, foi jazz. Mas a música não descolou, ou não descolou este que se assina.
O grupo dos italianos Giovanni di Domenico e Daniele Martini e dos portugueses exilados Gonçalo Almeida (Holanda) e João Lobo (Bélgica) foram à Parede mostrar o presente estádio reconstrutivista da evolução do seu projecto de 10 anos. Antes tinham tocado no Hot Clube, em Lisboa, e depois dirigiram-se a Coimbra, para um concerto no Salão Brazil hoje mesmo, dia 11.
No dia a seguir ao Natal ouviu-se na Parede música feita de contrastes e que seguiu a máxima de que pode haver unidade sem que os intervenientes “concordem” uns com os outros. Uma lição sobre o que é improvisar…
O grupo de Xavier Charles, Katrine Schiott, Jonas Cambien e Jan Martin Gismervik foi à Parede mostrar como entende a improvisação na perspectiva de uma tendência anarquista a que se chama plataformismo. E conseguiu que a música fosse melhor do que o próprio conceito acusado de “leninista” pelos demais anarcas…
Inserida no XJazz, a residência artística do duo Guitolão na Cerdeira, aldeia do xisto no topo da serra da Lousã, teve dois momentos: a gravação de um disco a editar em Maio de 2015 e um concerto na vila da Lousã. Foi o reviver musical de um poema de José Gomes Ferreira, com Ibn Marwan, fundador árabe do Marvão, como memória de fundo.
O ciclo de três concertos numa só noite voltou a ter uma edição no passado sábado e esta acabou em glória, depois de a Polícia ter aparecido no CRA por causa do nível de decibéis. Com uma balada tão intensa quanto é possível imaginar…