Fluentes numa língua que não existe: Jazz em Agosto 2023 (dia 2)
O concerto de Trance Map + foi dos melhores concertos de improvisação que pudemos assistir. Uma viagem sonora imaginária, onírica, eloquente numa linguagem que ainda não foi inventada.
O início deste projeto está na ligação entre Evan Parker e Matthew Wright. O primeiro, um dos mais famosos saxofonistas vivos; o segundo dedicado ao processamento do som que deu a Parker um caminho novo que o saxofonista procurava (e que o saxofonista começou a explorar em 1997 com o Electro-Acoustic Ensemble, editados pela ECM, onde Peter Evans também participou). Parker e Wright são a única constante neste grupo que está sempre em revisão. Continuam a explorar a música eletroacústica, ou seja o que é que contece aos instrumentos tradicionais quando têm que interagir com sons eletrónicos ou digitais totalmente abstratos e desreferenciados. Dada a prática de improvisador de Parker, a sua contribuição para esta exploração (feita por inúmeros músicos) é muito particular pois está habituado – e gosta - de navegar em mundos sonoros incorpóreos.